terça-feira, 12 de novembro de 2013

Compartilhando uma Experiência GeoPedagógica com Música

Inspirado na música Show das Poderosas (mais conhecida como Prepara) da Mc Anitta, fiz essa GeoParódia, uma adaptação geográfica. A música é muito conhecida dos alunos, e não precisa de muita observação para perceber isso. Por isso resolvi geografizá-la... 

É importante dizer que essa atividade não tinha o objetivo de fazer com que os alunos decorassem algo, e sim, sintetizar. O conteúdo Microclima, através do qual construímos diversas habilidades e competências, foi trabalhado de várias formas. A música fechou marcou o fim desse assunto nas aulas com chave de ouro, num momento lúdico no qual fizemos construções para além da Geografia.

Essa é apenas uma das várias formas de se trabalhar com música em sala de aula. O professor cria uma letra sobre uma música conhecida e a reproduz com os alunos em sala de aula. Aí tu poderias dizer que professores não têm tempo para isso, e eu entendo, porém há professores com mais facilidade para esse tipo de criação. Eu acordei inspirado num sábado de manhã e criei essa música antes de iniciar o almoço.

Na verdade processos de criação assim precisam mais de vontade e prática do que de tempo, de fato. Se a criação será inovadora, aí sim, acredito que precise de mais tempo. E a minha facilidade é produto da prática, também. Mas, baseado nesse principal argumento para a não-criação de novas práticas e utilização de novas linguagens no ensino, costumo compartilhar com os colegas interessados algumas ideias. Seja por aqui, seja via blog do PIBID Geografia UFRGS, seja em eventos ou publicações: compartilhar é preciso. E é um prazer saber que algum colega utilizou algo que bolei em sua aula! Compartilho experiências na esperança de isso virar moda...

Essa era uma aula de 50 minutos. Mais um argumento inválido para a não-utilização de música em aula. Um período é pouco, eu concordo, mas para muitos professores é tempo demais para aula de menos. Penso que trabalhar com música é ganhar tempo. Nessa aula, por exemplo, além de cantarem a música três vezes, os alunos responderam a seis questões interpretativas da sua letra. E responderam satisfatoriamente. Tudo isso após a leitura da música verso por verso e conversarmos sobre alguns conceitos musicais. É fundamental desenvolver determinadas habilidades através da música e não subutilizá-la.



Quem quiser a letra da música e as questões interpretativas, é só mandar um email que eu retorno já com o material, com o maior prazer! Não te acanhas, espero teu email se quiseres utilizar a música em aula! 
Meu email é artureka@gmail.com

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Música para meus ouvidos...

Sair de casa e já ouvir um "Eaíí Sôr Salsichaaa!", àqueles que não gostam dos seus apelidos, poderia ser chato... Ainda mais em um shopping lotado, como noutra vez aconteceu comigo, com a mesma frase, de outro ex-aluno.


Ser chamado de Salsicha, dadas as semelhanças entre mim e o personagem, não é nada. Na verdade nenhuma palavra poderia ser pejorativa se antecedida de "Sôr". Sendo essas duas palavras antecedidas de um "Eaííí" bem alto, melhor ainda! Lembro-me bem de me esconder dos professores por quem eu cruzava na rua. Se não fazem isso comigo, já é ótimo sinal. Já é reconhecimento do trabalho.

Sigo me me existenciando através da docência, sigo construindo a identidade de Professor, cada vez mais convicto do que me realiza. Coisa boa...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Comemorando meu 23º (BUM!) Aniversário

Como muitos já devem ter reparado, eu adoro comemorar meus aniversários. 
Chego a fazer umas três confraternizações nas proximidades do dia 24 de Junho, dividindo os momentos por núcleos de amigos e familiares. Acho fantástico promover um momento em que usufruo de tantas amizades construídas nestas voltas ao redor do Sol, receber tantos abraços carinhosos...

Enfim... seja em forma de campeonato de futebol ou roda de samba, churrascada ou rodízio de pizza, meus aniversários são sempre marcantes... pelo menos para mim, pelo menos sob um aspecto. O 23º não foi diferente.
Foi, talvez, o mais atípico de todos.

A imagem abaixo ilustra bem o ocorrido. Além do Parabéns surpresa, pois a princípio seria somente uma reunião de trabalho em uma segunda-feira, este dia 24 contou com contêineres de lixo queimados, correria, lojas vandalizadas e saqueadas.

Primeira vez que cantam parabéns para mim ao som de bombas estourando, grades do bar fechando, cavalos e pessoas correndo. DAORA!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Sobre a minha experiência docente no Instituto...

Mais um sonho realizado!
Minha experiência docente na escola que me formou (em muitos sentidos... como pessoa!) foi curta...  durou 2 meses, só. Intensos 2 meses. Frequentando seus espaços duas ou três vezes por semana. Tempo suficiente para eu me encher de alegrias e cumprir um papel que faltava: de professor do IE. Afinal, em 15 anos de escola, eu cumpri tantos papéis diferentes...

Voltar lá como professor foi demais! Logo eu, quem? Olha só, ó...
Que estranho reconhecer alguns alunos que ainda não se formaram. Isto mostra há quão pouco tempo eu ainda estava ali, no chato papel de aluno... e que interessante ser reconhecido por vários professores que me deram aula! Sinal de que traumatizei... lembravam até dos meus complexos sobrenomes! Não passei em branco! \o/

Muito legal ouvir palavras (des)motivadoras para quem inicia a carreira docente, como: "Agora tu vais provar do teu próprio veneno!", "Tomara que tu tenhas alunos como tu eras...", etc... haha! Quase morria engasgado com a frase: "Terei alunos terríveis como eu era, se eu lecionar como vocês lecionam..." Seria uma frase a ser vomitada, e não falada... mas não falei. Devia...

Trabalhar Geografia com meus alunos do 6º Ano, as características gerais da Terra e seus movimentos, orientação e localização, foi só o meio pelo qual passei minha mensagem nesses 2 meses... certamente eles não lembrarão do que fizemos e do que falei em alguns anos, mas acredito que se lembrarão do que sentiram em alguns momentos...

Eu me lembrarei dos olhinhos brilhando quando falava da minha relação com a escola e da importância deste momento para a vida deles; daquela mãe da aluna que passou a gostar de Geografia por causa minha; daquelas frases de carinho que ouvi e de algumas lágrimas no último dia de estágio. Me senti educando, com tudo o que há nas entre-letras desta palavra.

Foi demais...
Relato no Facebook da minha querida Gabriela Borin:


E a postagem de um dos alunos do estágio... :')

quinta-feira, 21 de março de 2013

Grades e mais grades...

"As grades do condomínio são pra trazer proteção, 
mas também trazem a dúvida 
se é você que está nesta... prisão!" 
Minha Alma - O Rappa

Notei na primeira vez em que voltei ao Instituto de Educação como professor, que há cinco olhares possíveis de serem feitos sobre a grade posta na frente do seu prédio: a, b, c, d, e.

a) Enquanto fui aluno da escola, não havia grade, logo, não havia um olhar direto sobre ela. Mas olhava o projeto e já me posicionava, enquanto Grêmio Estudantil, contra. Era ainda um olhar imaturo e que mirava o futuro, portanto sem uma base sólida que o sustentasse e sem a real dimensão do poder de uma grade.

b) Entre 2008 e 2013, período em que estive fora da escola , olhei a grade enquanto pedestre. Algo arquitetonicamente inadequado para uma construção tão bonita, que sequer permitia-me admirar sem querer a sua faixada. Sim, pois uma pessoa em movimento e de estatura menor que a grade, ao olhar na direção da escola, na diagonal, observa somente a grade. De imponentes, os pilares por detrás desta passam a ser impotentes.

c) Nas visitas em datas comemorativas (Festa Junina, Reencontro de Ex-alunos, etc.), ao ser barrado pela grade, tive um terceiro olhar: o olhar de ex-aluno. De alguém que viveu a escola e muito fez por ela e agora é barrado por uma grade que não difere um bandido de alguém com boas intenções com a escola.

Sombra à que tive acesso por ser professor.
d) Volto então, agora, como professor à escola. Chego às 13h10min e a grade gentilmente abre para que eu possa esperar dentro do território escolar onde posso usufruir de uma única sombra (foto) do final do verão porto-alegrense  Atente para a palavra-chave território, um conceito diretamente relacionado com poder, limite e fronteira

e) Agora o pior dos olhares que a grade recebe: o olhar do atual aluno. Uma criança que segue a característica geral de sua geração que é a despolitização (há exceções, para nossa alegria). Lutar por seu direito não é do seu feitio. 
Ele chegou junto comigo, no mesmo horário, sob o mesmo Sol de Forno Alegre em março; mas ele não pôde entrar. A grade seleciona a pessoa que pode ter o seu lugar à sombra. Ela hierarquiza e coloca o professor (eu) um nível acima do mero aluno que, pobrezinho, não pode nem contar com a sombra do falecido Guapuruvu (foto) que por tanto tempo me cobriu projetando sua sombra na calçada.


Onde havia um Guapuruvu e uma bela sombra...


Então pensemos:
Se este aluno chega cedo demais, como neste caso, fica na rua. 
Se este aluno chega atrasado, após 10 minutos de tolerância fica na rua
Entende-se por "ficar na rua", ficar sob as intempéries da natureza, o Sol forte, a chuva, o calor, o frio, vento... e, ainda, exposto à violência.


 Agora, se este aluno chegasse no horário, entre 13h25min e 13h40min, ele seria preso. A grade o engoliria e o manteria até o fim do turno naquele prédio. Prédio este que, por muito pouco, difere de um presídio. Os carcereiros, ou, nesse caso, professores cuidando de suas celas, ou, salas. Professores estes, presos à uma grade curricular dentro da educação do medo.

E à quem interessa o medo, as grades, os muros, ...?

quarta-feira, 6 de março de 2013

Amor de Carnaval...


Eis que nossos corações coloridos em vermelho e verde passaram a bater sincronizadamente, num “tum-dum” ritmado... Parecem Surdos de Primeira e Segunda, fazendo a marcação que permite a relação harmoniosa entre os instrumentos e ritmistas...

A cada encontro, um Surdo de Terceira que surge no meu coração, dando o balanço na batucada, um desequilíbrio só de te ver... O consequente abraço preenche os espaços até então vazios, fazendo dos nossos braços, as Caixas, Taróis e Chocalhos, unindo corpos e sons e emanando a energia da relação. Em seguida, um “chêro”, um tok especial como o de um Agogô, perfumando a música, abrilhantando o que agora é um corpo só.

Que passemos pelos Cortes 2 e sigamos reto, com um chorinho de Cuíca sensibilizando a bateria... É sentimento dos músicos, embelezando a relação. As paradinhas são necessárias para um andamento que esteja caindo, pois depois de um groove de Repinique, seguido por uma subida contagiante dos Tamborins, nosso samba volta ainda mais forte!

Nosso amor é como o produto das relações entre estes músicos e instrumentos: é harmonia, energia, aprendizagem e, principalmente, construção em parceria!

terça-feira, 5 de março de 2013

Queixo-me ao blog...

O causo é o seguinte:
Acabo de ver um vídeo que fala de forma bonita e organizada tudo que sempre pensei e pratiquei, porém, do meu jeito. Aí fiquei feliz, triste, orgulhoso e frustrado ao mesmo tempo e, quando sentimentos se cruzam assim, eu escrevo. Então liguei o Cartola nos fones de ouvido e fui...


Que frustrante e muito fantástico é ver alguém verbalizando, textualizando, o que desorganizadamente eu já pensava e sentia, desde criança. Acontece direto... às vezes quando leio um texto ou assisto um vídeo... outra hora numa conversa, ou numa reflexão ao abrir a geladeira. Enfim, eu explico. Ou complico. Sei lá, ninguém mandou você ler isso aqui.

Me frustro por perder um pouco da minha ignorância e, junto dela, a minha petulância. Perdi autoria... Era tão bom ser ignorante e achar que estava na vanguarda daquele pensamento... Agora sei que nada sei, ou melhor, nada sabia... Antes não sabia o quanto de fato não sabia e achava que sabia muito... Ih, baixou Sócrates aqui.

Mas, ora, não sejamos tão humildes... Agora sei que sei um pouquinho... Por isso é fantástico! Senti orgulho de mim mesmo! Agora vejo alguém que estudou décadas a mais que eu embasando teoricamente o que eu intuitivamente pensava e praticava, legitimando meus atos. Isto organiza meu pensamento e me fortalece politicamente a partir do momento em que vejo que não estou sozinho neste movimento.

Cartola... me acompanhou enquanto desabafei aqui...
Agora, minha motivação de ir além foi potencializada, pois o ponto que até então fora uma meta, agora é a referência sobre a qual estou caminhando! Ah, e essa trajetória vai ganhando novas metas num horizonte cada vez mais amplo! Segue o baile, em busca de novas frustrações fantásticas!

3h44min, vou desligar o Cartola nos fones, cacofonizar menos, parar de parafrasear o Sócrates, e dormir... boa noite!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Meu problema com as portas canadenses.

Nem tudo é só alegria nesta minha trip aqui no Canadá...
Vivo um drama de vários segundos cada vez com que me deparo
com uma porta que contém um adesivo escrito: ->

O cidadão pode morar há muitos anos aqui. Pode falar inglês fluentemente, ler, escrever, pensar e até sonhar em inglês. Não interessa. Ao se deparar com um adesivo na porta escrito PUSH, ele vai puxar. Mesmo quando o adesivo é amarelo e as letras maiúsculas estão em vermelho.
Ele vai puxar.
Outro dia fui pensando nisso enquanto caminhava, até que decidi exercitar meu cérebro perante a próxima porta que encontrasse. Cheguei nela, foquei no adesivo que dizia o maldito PUSH e empurrei! Sim!
Mas a porta misteriosamente nem se mexeu;
acima do adesivo havia uma placa dizendo: CLOSED.

Mesmo quando faço tudo certo, o destino fecha as portas na minha vida.
Sigo sem conseguir empurrar uma porta que contém PUSH.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Che-cheguei em Toronto?

Me instalei, conversei com o querido dono da homestay e lá me fui realizar um sonho.
Tomei um mate sentado sob o Sol, encolhido, sentindo floquinhos de neve na cara... Se tivesse uma bergamota, deuzulivre, ali ficaria até ser tapado pela neve. Horrível de bom!!!




(O ruim da tela touch screen do aparelho com o qual tirei essa foto é que nos obriga a tirar a luva para tocar a tela. Quase perdi um dedo congelado. E a touca foi colocada segundos depois da luva, fazendo o sangue voltar a circular nas orelhas.)
Pois enquanto aprecio o chimarrão quente, observo a paisagem lindamente monocromática ainda iluminada pelos adereços natalinos. Cômailinda! Só faltou um ator Hollywoodiano para fechar a cena de filme. Na falta deste, passou um esquilo correndo e pulando, todo serelepe e pimpão. Vontade de levar todos para Porto Alegre!

Ah, mudei meu conceito de frio. Nunca mais vou dizer que está frio no Rio Grande do Sul. O frio aqui encontra os centímetros de pele ainda não tapados, e corta-os. Aí a pessoa tapa e ele segue rumo ao teu pulmão, te forçando a evitar respirar. O frio move o cotidiano, a organização espacial, a arquitetura, as cores e tudo mais na cidade. É o maior atrativo turístico até o momento!

Bah e os canadenses são uns queridões. Ouvi mais palavras mágicas hoje do que em toda a vida no Brasil. Porém, ah porém, canadense é o que menos tem no Canadá. Chineses e Indianos dominaram Toronto. Em breve dominarão o mundo. Quando menos esperarmos, ao pegar uma camiseta, um garotinho chinês pulará de dentro do teu armário. Anota aí.

Dominado pelo excessivo exagero, encerro aqui, rapidinho, o relato das minhas primeiras impressões da trip! Inconcluído e descontinuado, porém, de coração.
Alegria!