sábado, 17 de dezembro de 2011

O pequeno causo da dor

Na saudável brincadeira de lutinha com o meu cachorro, bati com a ponta do dedo, esticado, enrijecido, duro, no chão. Doeu muito. Sério. Mas como o querido leitor vai saber o quanto doeu? Este é o exercício.
Como descrever a dor?

Eu senti a mesma coisa que você sente quando bate com o mindinho na quina do sofá. Os olhos fecham-se imediatamente, para que não possam ver o osso que, pela dor, está exposto. A imaginação nos apresenta o que nossos olhos temem ver. A boca se fecha no intuito de segurar o grito. É como se gritássemos para dentro de nós. Rosnamos, como cachorros. Puxamos o próprio cabelo, causando uma dor no outro lado do corpo, numa tentativa de desviar o foco. Apesar de tudo isso, a dor vem agora. Até então era uma outra sensação; era o dedo se manifestando e movimentando toda a perna, numa tentativa desesperada de ser pressionado mas sem ser tocado. A dor não é tão ruim quanto este momento.

Isto que senti e assim que eu reagi. Não vou falar sobre os olhinhos cheios de lágrimas e o abraço na mãe sem conseguir explicar o ocorrido.

Abaixo, a forma com que brinco com meu cachorro.

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