
O causo se sucedeu-se no horário do almoço, enquanto eu garimpava algo para comer. Porque preparar uma comida é uma ação cheia de implicidades, como a de que houve previamente a compra e armazenamento correto de ingredientes, lembrança de uma receita e aplicação de conhecimentos gastronômicos prévios.
No caso de alguém que recém se tornou um morador-sozinho, está implícito que o vivente foi na casa de alguém, comeu um boca-livre e levou um potinho (sempre no diminutivo) com uma “sobra de comida” (que eu chamo de “vida”) para casa.

Mas na nossa própria casa é diferente. O raciocínio é inverso. Então abri o pote de sorvete e me deparei com, pasmem, sorvete. Sorvete de flocos, com sabor de frustração. Segui no garimpo, estilo Survivorman, em busca da sobrevivência, em meio ao nevoeiro daquele ambiente inóspito que é o freezer...
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