Justificando meu interesse em trabalhar na educação básica pública:
O fato de ter estudado a vida inteira em uma escola pública, o Instituto de Educação General Flores da Cunha, me propiciou uma oportunidade única: a de fazer parte de um sistema público de ensino com todas as suas qualidades e defeitos que muitos conhecem, mas nem todo mundo vivencia.
Incluo nas qualidades da escola o convívio que tive com pessoas de diferentes lugares da cidade, com maior ou menor poder aquisitivo, diferentes idades e com as mais diversas experiências pessoais e todo o tipo de influência sofrida pelo meio em que se vivia. Ter conhecido muitos alunos ao longo dos anos, por ter administrado o Grêmio Estudantil da escola e participado de outras atividades de destaque, acredito, foi uma grande experiência. Me fez aprimorar o gosto por conviver com pessoas, lutar por melhorias e desenvolver uma sociabilidade que hoje me adjetiva.
Os defeitos que vi nesse sistema público foram tão importantes quanto às qualidades. Na escola vi exemplos de professores que me motivaram a seguir esta carreira. Mas muitas vezes não por dar aulas boas, atraentes, alegres, e sim, pela desmotivação aparente, falta de sensibilidade e empenho para formar bons cidadãos. No vestibular vi, em números, o resultado de um ensino de má qualidade, da minha formação perante aos outros candidatos provenientes do ensino privado.
A experiência que tive de 15 anos em uma grande e tradicional escola pública de Porto Alegre, desde a creche até a formatura em 2007, foi muito rica. Lá decidi ser professor e lá optei por trabalhar a fim de melhorar o ensino público. Penso que o desenvolvimento de um país, de uma nação consciente, começa na escola pública de qualidade, direito de todos; por isso quero fazer parte desse sistema.